terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Aparelho prorprioceptivo Rollover (Inventor: João Justino Leite Filho)

Do circo para os hospitais
Inspirado no picadeiro, aparelho ajuda na recuperação de movimentos

Juliane Zaché

André Sarmento
Com o auxílio do equipamento, o jogador Leandro está melhorando da lesão no joelho

Quem não se lembra do palhaço andando sobre um cilindro no circo? Essa cena que encantou e continua hipnotizando milhares de crianças também está despertando a atenção dos fisioterapeutas. O equipamento lúdico usado no circo se sofisticou e ganhou o nome de roll over e uma nova função: tratar pacientes com problemas nos membros inferiores, como torção no pé ou dor no joelho. Para topar esse desafio, basta se equilibrar em cima do aparelho. A idéia foi aprovada pelo Hospital das Clínicas (HC) de São Paulo, centro médico renomado, e o aparelho acaba de aportar por lá. “Quando o paciente opera o joelho, tem receio de andar. Com o roll over, ele treina o equilíbrio e a coordenação motora para voltar a caminhar com segurança”, explica Perola Grinberg Papler, fisiatra do Instituto de Ortopedia e Traumatologia da instituição.

O próximo passo do HC é fazer testes para saber o grau de melhora proporcionado pelo equipamento. O autor dessa engenhoca ficou surpreso com a repercussão de sua invenção. Preocupado em trabalhar a postura de seus alunos, o ator e professor de canto João Justino Leite Filho estimulava-os a se equilibrarem em cima dos tambores. “A postura ereta mantém o diafragma livre e a voz sai perfeita”, justifica. Porém, como o tambor ocupa muito espaço, ele criou o roll over à base de PVC. Durante as apresentações de seu grupo, o cilindro fisgou os médicos. Vários centros particulares de fisioterapia de São Paulo e do Rio estão adotando o aparelho. O Instituto Cohen de Ortopedia, na capital paulista, usa a criatividade para adaptá-lo às aulas de fisioterapia. O treinamento é feito na piscina. “Dessa forma, evita-se o risco de o paciente cair e se machucar”, explica Maurício Garcia, fisioterapeuta do instituto.

O roll over vem ajudando pacientes como Leandro da Silva, 27 anos, jogador do Juventus, de São Paulo. Há um mês e meio, ele sofreu uma contusão no joelho direito durante um jogo. Precisou fazer uma cirurgia para recuperar a região e logo depois passou a fazer o tratamento. “O equipamento melhora a estabilidade do meu joelho”, conta. As peripécias do roll over não se limitam apenas às salas médicas. As sapatilhas das bailarinas da Escola de Dança Alice Arja, do Rio, também estão dançando no aparelho. “É como se fosse um teste no qual as articulações enfrentam obstáculos para depois se adaptarem com facilidade ao palco”, compara Marcelo Silva Duarte, fisioterapeuta da Universidade do Grande Rio, em Duque de Caxias.

Invenção à gaúcha

Outras técnicas de fisioterapia mais conhecidas também estão dando resultados. Uma das boas notícias vem do Sul do País. Em Curitiba, os irmãos Denise e Percy Nohama aliaram os métodos dessa especialidade com a engenharia biomédica para reabilitar paraplégicos e tetraplégicos.

Dessa união foi construído um aparelho que recupera funções perdidas, como se alimentar sozinho, chamado de estimulador elétrico neuromuscular. Ele permite, por meio de eletrodos colocados na cabeça dos doentes, estimular determinados neurônios e músculos. “Nas duas formas de paralisia, o paciente sofre uma lesão na medula. Porém, é possível reabilitar uma parte das funções”, informa Percy Nohama, engenheiro biomédico da PUC de Curitiba. Depois de quatro anos utilizando o equipamento, eles estão satisfeitos. “Obviamente que depende do estado do paciente, mas quando dá certo é um grande progresso.”

Fonte: http://www.terra.com.br/istoe/1618/medicina/1618circo_hospitais.htm

Um comentário:

  1. Luciane, meus parabéns, seu blog é muito bom, concordo com vc, quem divide multiplica...Se mais pessoas fizessem como vc, tudo seria melhor, e é verdade, conhecimento compartilhado só cresce.
    Um grande abraço.

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