quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Reflexos e reações

Diferentemente dos movimentos aleatórios, os reflexos são movimentos que o indivíduo faz em resposta a estímulos específicos. Algumas vezes, essas respostas só ocorrem quando o corpo está em uma posição específica. Um bebê não tem de pensar sobre como fazer movimentos reflexos, os reflexos ocorrem de maneira automática. Alguns reflexos, tais como o piscar dos olhos, ocorrem a vida inteira; mas outros estão presentes apenas na primeira infância (reflexos do bebê). Podemos categorizar os reflexos vistos durante a infância em três tipos de movimentos primitivos: reflexos primitivos, reações posturais e reflexos locomotores.

Reflexos primitivos: presentes desde o início

Quando um bebê recém-nascido pega um objeto colocado em sua mão, faz isso automaticamente e sem pensamento consciente. Isso é exemplo de reflexo primitivo, de uma resposta involuntária a uma estimulação específica. Como você pode diferenciar reflexos primitivos de movimentos espontâneos?

  • Reflexos são respostas a estímulos externos específicos, enquanto movimentos espontâneos não resultam de qualquer estímulo externo aparente.
  • Movimentos reflexos são específicos e geralmente localizados, enquanto os movimentos espontâneos tendem a ser inespecíficos e generalizados
  • O mesmo estímulo sempre eliciará um reflexo específico

Reações posturais: movendo-se em uma posição ereta no mundo

Conforme indica o nome, reações posturais, ou reflexos de gravidade, auxiliam o bebê a automaticamente manter a posição em um ambiente que muda. Algumas dessas respostas fazem com que a cabeça se mantenha na posição vertical, mantendo, dessa forma, as passagens para a respiração aberta.

Um reflexo que persiste bem após a média de idade de desaparecimento pode indicar uma condição cerebral patológica. Uma resposta inexistente ou muito fraca em um só lado do corpo também pode refletir uma condição patológica.

O teste de babinski é utilizado para checar problemas neurológicos no paciente que apresenta lesões na cabeça. Um babinski positivo indica que o reflexo de babinski retornou – e que o paciente, muito provavelmente, tem alguma lesão no sistema nervoso central.

Marcos referenciais motores:

Habilidades fundamentais. Cada marco referencial motor é um marco ou um ponto crítico no desenvolvimento motor do indivíduo. Pense neles desta forma: para caminhar, você deve ser capaz de ficar em pé; para ficar em pé; você deve ser capaz de manter seu tronco na posição vertical; para manter seu tronco na posição vertical, você deve ser capaz de manter sua cabeça ereta. Cada habilidade está associada a um marco referencial precedente.

  • Um marco referencial motor é uma habilidade motora fundamental cujo alcance está associado à aquisição de movimentos voluntários posteriores. A ordem na qual um bebê esses marcos referenciais é relativamente consistente, ainda que o tempo difira entre os indivíduos.

Esse padrão progressivo de aquisição de habilidades pode ser relacionado a alterações imprevisíveis que ocorrem nas restrições individuais de bebês com desenvolvimento típico. Dentre essas alterações, incluem-se.:

  • Maturação do sistema nervoso central
  • Desenvolvimento da força e da resistência musculares
  • Desenvolvimento postural e equiilíbrio
  • Melhoria do processamento sensorial

Habilidades Motoras Rudimentares

Conceito-Chave: O domínio das habilidades motoras rudimentares da primeira infância é reflexo do controle motor crescente e da competência motora, realizados por fatores intrínsecos à tarefa, ao ambiente e ao indivíduo.

A criança não é uma lousa em branco, pronta a ser modelada segundo os nossos caprichos ou segundo um padrão preestabelecido. Eles pensam e usam os movimentos de forma objetiva, embora inicialmente imprecisa, a fim de obter informações sobre seus ambientes. O ambiente hereditário e empírico das crianças e as exigências especificas das tarefas motoras tem efeito profundo no índice de obtenção das habilidades motoras rudimentares da primeira infância. A obtenção do controle sobre a musculatura, o aprendizado de como lidar com a força da gravidade e o ato de movimentar-se de maneira controlada através do espaço são tarefas desenvolvimentistas importantes que o bebê enfrenta. O estágio de inibição de reflexos, essencialmente, começa desde o nascimento, quando o recém-nascido é bombardeado por estímulos visuais, auditivos, olfativos, táteis e cinéticos. O “estágio de pré-controle” situa-se aproximadamente no período entre o primeiro e segundo aniversários. Um ambiente que forneça estímulos suficientes para essa prática positiva é benéfico, pois acelera o desenvolvimento de tarefas rudimentares estabilizadoras, locomotivas e manipulativas que se seguem.

Estabilidade:

Os eventos que levam a uma postura em é ereta começam com a obtenção de controle sobre a cabeça e o pescoço e continuam para baixo em direção ao tronco e ás pernas. A operação do princípio céfalo-caudal de desenvolvimento é geralmente aparente no progresso seqüencial do bebê, a partir da posição deitada para uma postura sentada e, eventualmente para uma postura em pé ereta.

Na primeira infância, os interesses básicos da criança são relacionados à autogratificação. Os reflexos primitivos servem para o bebê satisfazer as suas necessidades de sobrevivência básicas, porém, à medida que a criança se desenvolve, outras necessidades aparecem. Entre elas está a necessidade característica de “saber”. O desenvolvimento ocorre em seqüência previsível, mas em ritmos variáveis. O controle é obtido, primeiramente, sobre a cabeça e o tronco e, então, sobre os membros. O ato de sentar-se possibilita ao bebê usar mais efetivamente os braços para exploração. As habilidades manipuladoras, incluindo o ato de colocar coisas na boca, permitem o uso de mecanismos sensório/motores para obter informações. Os movimentos tornam-se os símbolos do processo racional da criança porque a linguagem é limitada. As realizações motoras do bebê humano normal dependem tanto da função quanto da maturação neurológica, mas também de um sistema auto-organizado. A biologia desempenha papel importante na seqüência previsível do desenvolvimento motor. Existe, porém, uma variação normal considerável no ritmo do desenvolvimento. Embora a maturação neuromuscular deva ocorrer para que o bebê progrida em direção ao próximo nível desenvolvimentista, vários fatores ambientais e requisitos da tarefa determinam o ritmo. Os ambientes que fornecem estímulos e oportunidades para exploração encorajam a aquisição precoce dos padrões motores rudimentares. O ato de arrastar-se, por exemplo, é freqüentemente a extensão de um padrão de acompanhamento ocular, enquanto que o ato de erguer-se e uma postura ereta são reforçados pela presença de apoios para as mãos no ambiente da criança.

A fase de desenvolvimento de padrões motores fundamentais obedece a uma progressão seqüencial. Uma criança, sem qualquer incapacidade desenvolvimentista, em circunstâncias ideais, vai progredir a partir do estágio inicial, atravessar o elementar e chegar ao maduro de modo seqüencial. As seqüências desenvolvimentistas, para vários movimentos fundamentais, foram identificadas por meio da avaliação biomecânica de crianças em faixas etárias diferentes. As seqüências desenvolvimentistas também foram propostas com base em filmes, videoteipes e avaliações empíricas de numerosas crianças. A fase de desenvolvimento motor fundamental é muito influenciada pelo ambiente. As condições ambientais e o objetivo da tarefa criam inúmeras diferenças “entre-crianças”, “entre padrões” e diferenças intrínsecas a cada padrão. As seqüências desenvolvimentistas foram propostas e estão em diferentes níveis de avaliação. O conhecimento dessas seqüências desenvolvimentistas possibilita que sejamos mais efetivos no diagnóstico de toda incapacidade desenvolvimentista e na programação de experiências motoras significativas.

Habilidades motoras especializadas são padrões motores fundamentais maduros que foram refinados e combinados para formar habilidades esportivas específicas e habilidades motoras complexas. Habilidades motoras especializadas são específicas de tarefas, porém, os movimentos fundamentais não o são. O fracasso em desenvolver formas maduras de movimentos fundamentais tem conseqüências diretas na habilidade de um indivíduo em desempenhar habilidades específicas de tarefas na fase motora especializada. Existe uma barreira de competência definida entre a fase motora fundamental e a fase motora especializada de desenvolvimento. A transição de uma a outra fase depende da aplicação de padrões de movimento maduros a determinada grande variedade de habilidades motoras. Se os padrões forem menores que os maduros, a habilidade será prejudicada.

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