quarta-feira, 21 de maio de 2008

Usar celular na gravidez pode fazer mal ao seu bebê

Pesquisa inédita sugere que filhos de grávidas que falam ao celular podem ter problemas de comportamento

Tamara Foresti e Thais Lazzeri


Você já pensou que o uso do celular pode prejudicar a saúde do seu bebê? Um estudo da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e de Aarhus, na Dinamarca, sugere que o uso do celular durante a gravidez pode atingir o feto, causando problemas de comportamento quando ele atingir a idade escolar. Foram entrevistadas 13.159 mães dinamarquesas que tiveram bebês na década de 90. Quando completaram 7 anos, as mães responderam um questionário referente à saúde e comportamento dos filhos.

O resultado foi alarmante: as que usaram o celular de 2 a 3 vezes por dia na gestação tiveram crianças com mais chances de desenvolver problemas de comportamento. Eles indicaram 25% mais riscos de apresentar problemas emocionais, 34% de ter dificuldade de relacionamento, 35% de ser hiperativos e 49% de apresentar desvios de conduta. O mesmo valia para crianças que já usavam o aparelho antes dos 7 anos: eles tinham 80% mais chances de ter dificuldades comportamentais. Uma pesquisa canadense em ratas grávidas comprovou o resultado

O que se imagina é que a exposição à radiação emitida pelo celular, ainda que pequena, não seria bem absorvida pelo organismo humano. Os pesquisadores afirmam ainda que ela pode não ser a grande vilã. As mães que mais usavam o telefone poderiam ser também mais negligentes com as crianças. CRESCER ouviu especialistas em diversas áreas para dimensionar o risco.

Abner Lobão Neto, ginecologista e obstetra, professor chefe do Pré-Natal Personalizado da Escola Paulista de Medicina, recomenda ponderação. "Pode até ser que o resultado um dia venha a se comprovar, mas os dados parecem inconclusivos", diz. Este é o primeiro estudo na área a traçar um paralelo entre o uso do celular e o aparecimento de problemas de comportamento em crianças. Eduardo Zlotnik, ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Eisntein, em São Paulo, concorda. "Não dá para falar 'não use mais celular'. Mas eu diria às minhas pacientes para usar o mínimo possível", afirma.

A tecnologia também fez dos celulares aparelhos mais seguros. Michel Yacoub, professor-titular de telecomunicação da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Unicamp (SP), diz que, atualmente, a potência da radiação que o celular transmite é pequena e, se causasse algum problema, seria no cérebro da gestante. "Existe uma distância grande entre o ouvido da mulher e o útero. Não consigo ver uma relação biológica", diz.

Para Luiz Carlos Kretly, professor de Engenharia Elétrica e especialista em Microeletrônica da Unicamp, uma possível explicação para as alterações de comportamento no feto seria o uso do celular preso à cintura durante a década de 90. Vitor Baranauskas, engenheiro elétrico, autor do livro Celular e Seus Riscos (Ed. do Autor), defende outra teoria e concorda com a pesquisa. Para ele, o corpo da mãe conduz a radiação até o feto, provocando alterações em várias partes do organismo, inclusive nos neurônios. Como não há um veredicto sobre o uso, Vitor dá 5 sugestões de como usar o aparelho com mais segurança - sem precisar sair da rotina:


- Ao manuseá-lo, em busca da agenda, por exemplo, faça-o distante do ventre;


- Não fale dentro do automóvel ou do elevador, porque eles concentram a radiação;


- Ao fazer ligações, disque o número e mantenha o telefone longe da cabeça. A explicação é simples. No momento em que o celular está procurando rede, ele emite mais radiação;


- Não mantenha o celular junto ao corpo, como no bolso. Ele recebe radiação mesmo quando inoperante;

- Use viva-voz

Fonte: http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI4229-10567,00-USAR+CELULAR+NA+GRAVIDEZ+PODE+FAZER+MAL+AO+SEU+BEBE.html

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